O Pragmatismo Pragmático

Falar de futebol logo nos vêm a cabeça a UEFA Euro 2008. Um belo campeonato. Boas seleções, bons times e boas escolas de futebol. Uma delas é a escola alemã. Futebol de força, aplicação técnica... de total pragmatismo.
Hoje em dia, resume-se o futebol tedesco ao pragmatismo de sua seleção. Falar deste pragmatismo ficou tão usual e corriqueiro para comentaristas como algum locutor falar sobre “tiras em apuros” durante uma chamada da sessão da tarde.
Isso prova o quão fraco é o rol de comentaristas do esporte bretão neste nosso país, que sem ter algo interessante e perspicaz para falar, utilizam-se dos mesmo jargão e besteira.
Pior ainda é a qualidade do público receptor destas informações, que saem utilizando-as em qualquer conversa de buteco ou em algum outro local reservado para diálogos e debates, desde que seja apenas de cunho futebolístico. Pois ninguém sai pela rua contando que fulano é pragmático ou beltrano teve uma solução pragmática dentro da sua empresa. Neste sentido todos desconhecem o significado da palavra.
Uma burrice e falta de informação total desmerecer a habilidade, bom toque de bola, velocidade, força e categoria do futebol alemão. Futebol este que sabe cumprir sua função tática, mas que também possui um bom passe, bom chutadores, cabeceadores, cobradores de falta e craques nos dribles. Lamentável colocar todo o mérito de uma seleção tricampeã nas mãos de um mero pragmatismo, desmerecendo todos os valores de seus jogadores e de suas equipes.

Pragmatismo nada mais é do que a crença nas ações voltadas para a prática, é a certeza de que só a ação humana, movida pela inteligência e pela energia, pode alterar os limites da condição humana. Mas isso não importa para os seres ávidos em passar informações consistentes e que possuem bom manuseio das palavras. Para todos, o pragmatismo será unicamente o futebol de resultado da seleção alemã.

PS: O futebol “pragmático” alemão vem falhando no seu pragmatismo, não ganha alguma coisa já faz um tempinho...

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