E se tivessmos perdido de 1 a 0?

É exatamente isso que eu pergunto a todos:

E SE TIVESSEMOS PERDIDO DE 1 – 0?

Como estariam os comentários hoje pela manhã?
Concordo que não teria sido um resultado espetacular, mas certamente todos estariam comentando o fato do Grêmio ter conseguido um resultado importante. Vantagem mínima do adversário que na maioria das vezes (pra não dizer sempre), o tricolor reverte de maneira tão natural como defecar após aquele exagerado almoço de domingo.
É, teria sido, na cabeça de muitos um resultado que deixasse as pessoas mais esperançosas. Seria um alento aos menos otimistas.

Mas não foi.
Vimos nossa esperança ruir em alguns segundos do início do segundo tempo. E quando a tristeza imperava até sobre nosso nervosismo exacerbado, tomamos o terceiro gol.
Para muitos ali foi o fim. Desligaram a televisão. Outros gritavam impropérios diante do equipamento televisivo para Paulo Autuori e seus esforçados, porém inoperantes atacantes.

Talvez neste momento, ninguém mais sonhasse com uma vitória magra do tricolor, ou de um empate confortante. Naquele momento da mais profunda decepção, todos queriam apenas sair vivos, mesmo que isso contrariasse toda a lógica que se vinha dentro de campo. Um time descontrolado, a torcida adversária já dando a disputa por encerrada. Naquele momento nosso maior desejo como gremista era apenas voltar para aquele 1 a 0 do primeiro tempo. E voltar vivo para mudar essa história para nossa casa.




Então, no momento onde não havia mais tática em campo, surge a técnica. A técnica de Souza pra colocar a bola pra dentro. Como se tivesse levado-a com a mão naquele canto esquerdo do goleiro mineiro.

Um fio de esperança se acendeu.

Muitos naquela hora estavam jogados ao sofá, com aquela fisionomia apática e sem vontade de sequer mexer o pé esquerdo que estava formigando, ergueram a coluna, fecharam o punho e pensaram, assim como eu, uma única e importante frase:
“Estamos vivos”.
Para muitos o resultado não serve, não temos muitas chances e não devemos depositar esperanças. Para muitos, como estes, se a derrota tivesse sido de 1 a 0 talvez pudéssemos reverter, pois é um placar simples.

A estes eu gostaria de dizer que o 1 a 0 engana. O 1 a 0 faz com que o time fique com receio de atacar. No 1 a 0 o resultado de vitória simples é sempre do adversário, que precisa de um contra-ataque apenas para jogar pelo score de 2 gols de diferença. Ou seja, o 1 a 0 na verdade é um 2 a 0 mascarado.


Nós conseguimos um 3 a 1 contra, e eu não sou louco de dizer que este resultado é melhor que o 1 a 0, com certeza não o é. Mas posso garantir que não é muito diferente não. Pois com um 3 a 1 temos uma gordura. O crédito de que se aconteça o desastre de se tomar um gol, a diferença ainda poderá ser a mesma de 2 gols. Não vou me ater a números, mas sim ao espírito. Com o gol feito fora, vamos entrar com mais ímpeto, com muito cuidado, mas sem aquele receio de que um gol tomado é o fim. Teremos mais capacidade de atacar e de pressionar o adversário.
Seremos um time com mais gana. Colocaremos mais pressão. Seremos muito mais Grêmio!

O 2 a 0 nos serve. Da mesma maneira como serviria se tivéssemos perdido pelo score simples de 1 a 0.

Vamos Grêmio! A dificuldade já foi muito maior e passamos por cima com naturalidade!

Por isso tudo, volto a perguntar:

E SE TIVESSEMOS PERDIDO DE 1 – 0?

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